Certezas e Crenças Rígidas: um convite à transformação através da psicoterapia
- Tiago Henrique Oliveira Lima
- 31 de jan.
- 3 min de leitura
Você já parou para pensar como as certezas que carregamos podem, às vezes, nos impedir de crescer? Questionar nossas certezas pode parecer contraditório, não é? Afinal, elas nos trazem segurança, conforto e a sensação de que sabemos onde estamos pisando. Mas e se eu disser que abraçar demais essas certezas pode nos deixar estagnados, como um rio que para de correr e se torna um lago parado.

vida, como muitos filósofos e cientistas já nos alertavam, é um eterno vir a ser. Isso significa que nunca estamos prontos. Somos como projetos em constante construção, sempre nos transformando e nos adaptando. Nosso corpo, nossa mente, nossas emoções estão sempre em movimento, fluindo como a própria natureza da vida. Imagine o universo como um grande rio, onde tudo está conectado e em constante mudança. Nós somos parte desse rio, influenciando e sendo influenciados por tudo ao nosso redor. Nosso corpo, por exemplo, é uma máquina inteligente que está sempre buscando se adaptar, se renovar, sobreviver.
E o mundo lá fora? Bem, ele também não para. A cada dia, surgem novas tecnologias, novas ideias, novas formas de pensar e de se relacionar.
Mas aqui está o problema: enquanto o mundo gira cada vez mais rápido, muitas pessoas parecem ter parado no tempo. Elas se agarram a pensamentos rígidos, a crenças imutáveis, a visões estreitas da realidade. É como se estivessem congeladas, presas em uma bolha que resiste e isola as mudanças. Essas pessoas acreditam que já sabem tudo sobre si mesmas, sobre os outros, sobre a vida. E, ao fazerem isso, fecham as portas para novas possibilidades, para o desconhecido, para o crescimento.
Por que isso acontece? Por que preferimos nos agarrar ao sofrimento conhecido em vez de arriscar algo novo? A resposta pode estar no medo. Medo do desconhecido, medo de enfrentar nossas angústias, medo de olhar para dentro e descobrir que talvez não sejamos exatamente quem pensávamos que éramos. Esse medo nos leva a criar defesas, a nos proteger atrás de crenças rígidas que, embora nos deem uma sensação de segurança, também nos impedem de evoluir.
Mas e se, em vez de nos escondermos atrás dessas certezas, começássemos a questioná-las? E se abríssemos mão da necessidade de ter todas as respostas e nos permitíssemos explorar novas perspectivas? Esse processo pode ser doloroso, é verdade. Olhar para dentro de si mesmo, enfrentar medos e inseguranças, não é tarefa fácil. Mas é também um caminho libertador.
Pense no autoconhecimento como um copo de água. Se o copo já está cheio, não há espaço para água nova. Precisamos esvaziá-lo, deixar ir o que já não nos serve mais, para então receber algo renovado. Isso exige coragem, disposição para se atualizar, para se ajustar, para se transformar. E, ao fazermos isso, podemos descobrir que as certezas que tanto nos protegiam eram, na verdade, grades que nos impediam de voar.
A terapia é, em grande parte, um espaço para questionar essas certezas. É um convite para olhar para dentro de si mesmo e perguntar: “Isso ainda faz sentido para mim?”. Esse é um momento da vida - se questionar e se responsabilizar - que pode ser intensamente desconfortável, mas profundamente libertador.
Então, que tal começar hoje? Que tal olhar para aquela crença que você carrega há anos e se perguntar: “Isso ainda faz sentido para mim?”; "Essa configuração, esse jeito de ser ainda funciona?". Que tal se permitir duvidar, explorar, experimentar? A vida é um rio, e nós somos parte dele. Não há motivo para ficarmos parados na margem.
Afinal, como dizia o filósofo Heráclito, “Ninguém entra no mesmo rio duas vezes, porque as águas já não são as mesmas, e nós também não somos os mesmos.” Que tal mergulharmos nessas águas e descobrirmos o que há além das certezas?
Compartilhe nos comentários ou reflita sobre isso no seu dia a dia. Às vezes, uma pequena dúvida pode ser o início de uma grande transformação.
Comments